Comprar ou alugar?

Em momentos de crise,investir na casa própria é melhor que ser inquilino?

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postado em 08/02/2018 19:33 Elian Guimarães /Estado de Minas
Reprodução/Internet/You,Inc

A compra de um imóvel pode ser um dos investimentos mais importantes na vida de uma pessoa. A casa própria é o sonho de mais de 7 milhões de brasileiros sem teto e os prazos de financiamento podem chegar a até 30 anos. Por outro lado, o Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas, usado para reajustar a maioria dos contratos de aluguel, registrou deflação em 2017. Em dezembro, subiu 0,89%, mas no acumulado do ano manteve a trajetória dos meses anteriores e ficou em -0,52%. Isso não ocorria desde 2009, o que gera, para quem mora como inquilino, a oportunidade de renegociar e, quem sabe, até reduzir os valores.

Segundo o Censo 2010 do IBGE, o Brasil tinha cerca de 11,4 milhões de pessoas morando em favelas. O déficit habitacional brasileiro atingiu a marca de 7,7 milhões de domicílios, o terceiro pior índice da história, segundo estudo realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV) a pedido do Sindicato da Construção do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP). Os dados foram coletados em Pesquisas Nacionais da Amostra Domiciliar (PNAD) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se referem a 2015. A pesquisa analisa o período de implantação do programa Minha casa, minha vida (MCMV), criado em 2009, que não conseguiu eliminar a carência de habitação, apesar da construção de 4,5 milhões de unidades desde então - 3,2 milhões destinados à população de baixa renda.

De acordo com Ricardo Antunes Reis, diretor do Sindimóveis/MG, o mercado imobiliário foi muito afetado pela crise econômica e política, de uma forma até mais intensa que outros segmentos, por lidar com produtos de valores muito altos. “Assim, as pessoas que planejavam comprar, que tinham valores para dar de sinal e iam financiar o restante, suspenderam essa decisão em face do alto investimento e do compromisso que seria assumido por muitos anos; a incerteza e o desemprego fizeram com que essas pessoas adiassem a decisão de compra. À medida que a economia vai melhorando, as pessoas voltam a ter mais confiança para assumir compromissos de longo prazo.”

Segundo o diretor da entidade, a locação sofreu menos que a venda, porque as pessoas que não podem comprar têm que morar e decidem pelo aluguel. Mas esse segmento viu a possibilidade de renegociar valores. Esse movimento foi mais no começo da crise, de uma forma mais intensa em 2016 e 2017. “Acredito que, hoje, os valores já estão em grande parte negociados e ajustados dentro da realidade de mercado.”

No caso de compra, Leonario Felix, consultor imobiliário da Brasil Brokers, aconselha clientes em condições financeiras menos favoráveis a negociar bem as prestações
 - Edesio Ferreira/EM/D.A Press No caso de compra, Leonario Felix, consultor imobiliário da Brasil Brokers, aconselha clientes em condições financeiras menos favoráveis a negociar bem as prestações
Para 2018, a perspectiva é positiva para ambos os casos, acredita Ricardo Reis. Por ser ano eleitoral, gera uma tendência de os governantes não aprovarem nenhuma lei ou medidas impopulares. Isso faz com que o mercado fique mais estável, favorecendo os negócios imobiliários. “Com a economia estável e a inflação sob controle, há expectativa de que os investidores voltem para o mercado, que os construtores voltem a construir e que o número de compradores de imóveis para locação também aumente. A expectativa é de que o setor melhore de uma forma geral, o mercado imobiliário em 2018 está muito promissor, principalmente para as compras, que tendem a ser retomadas.”

VALORIZAÇÃO

Leonario Felix, consultor imobiliário da Brasil Brokers, considera que a compra de um imóvel para investir em aluguel é uma boa pedida. “O rendimento é de 1% do valor líquido do imóvel. Se ele custou R$ 500 mil, além da valorização em si do patrimônio o comprador terá renda mensal em torno de até R$ 5 mil. A vantagem é que o patrimônio cresce e o imóvel valoriza, além de o proprietário estar se isentando de despesas mensais como IPTU, condomínio, taxa de incêndio e luz, que serão pagas pelo inquilino.”

Para Leonario, sempre é vantajoso investir em imóveis, mais que em qualquer outra aplicação como poupança e outros títulos. No caso de compra para moradia, o consultor aconselha, principalmente, para clientes em condições financeiras menos favoráveis (imóveis entre R$ 300 mil e R$ 800 mil) negociar bem as prestações. Dar pequena entrada, negociar prestações intermediárias como aquelas na entrega das chaves. “Sempre estruturamos o cliente com o pouco que ele tem, sem descapitalizá-lo. Vamos instruí-lo como fazer para morar, pagando aluguel até o recebimento do imóvel adquirido.”

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