Cenário estável em outubro

Momento não está nada propício para o setor de material de construção

Instabilidade econômica e política contribuem para a falta de perspectiva positiva dos empresários do segmento

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postado em 09/10/2017 16:51 / atualizado em 09/10/2017 16:55 Jessica Almeida /Estado de Minas
Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press

Outubro e os próximos meses não parecem nada animadores para a maioria dos empresários do segmento de material de construção. Segundo levantamento da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Construção (Abramat), 65% dos entrevistados consideram que o desempenho de vendas para o mercado interno em outubro será regular. Fatores como a instabilidade econômica e política contribuem para a falta de perspectiva positiva do empresariado.

“Nesse cenário de crise, os agentes econômicos, empresários e as famílias postergam decisões. Quem quer comprar um apartamento, trocar de imóvel ou fazer reforma, ou o empresário que planeja inaugurar um shopping, por exemplo, está adiando porque eles não têm ainda um sinal de que a economia vai melhorar. Está melhorando devagarzinho, mas o cenário ainda não é claro. E mesmo com um sinal positivo na economia do ponto de vista de queda da inflação, o governo está sendo mal avaliado e isso interfere na percepção geral. E afeta o segmento porque as pessoas ficam com medo de perder o emprego, as que estão empregadas não veem um horizonte tranquilo, o empresário tem medo de construir um empreendimento e não ter demanda”, resume Walter Cover, presidente da Abramat.

LÁ FORA

Com relação ao mercado externo, outubro apresentará bom desempenho na avaliação de 50% dos entrevistados, enquanto 33% consideram o período como regular e 17% ruim. O cenário é explicado pela taxa de câmbio, que tem ajudado as empresas a exportar. Além disso, o mercado da construção em países vizinhos como Bolívia, Paraguai e Chile compra materiais brasileiros. O mercado externo é visto com olhos mais simpáticos, mas as exportações brasileiras de material de construção não são um ponto muito forte da nossa balança comercial, como são os produtos agrícolas ou os de minério, por exemplo. “Ainda temos exportação baixa. De tudo aquilo que uma empresa de material de construção produz, 93% são consumidos pelo Brasil e 7% são exportados. No caso de ladrilhos de cerâmica, a exportação é para mais de 100 países e isso ajuda a fechar as contas”, explica Walter Cover.

O termômetro ainda revela que, em setembro, nenhuma das empresas entrevistadas estava otimista sobre as ações do governo voltadas para o setor. Predominou certa indiferença das empresas, com apenas 15% delas otimistas a esse respeito. A leitura sobre ações do governo é fortemente influenciada pela baixa capacidade de investimento em todos os níveis de governo. E investimento é o grande x da questão, segundo Walter Cover, tanto por parte do governo quanto de empresas privadas. Ele explica melhor: “A crise não vai passar de uma hora pra outra, a política e a economia não terão solução a curto prazo. Do que precisamos? Só o investimento levará melhoria ao PIB. O consumo vai melhorar, mas ele é limitado, vai até um ponto e depois estaciona. O que está atrasado é o investimento, e dos dois lados, mas outras saídas são possíveis. Mesmo na crise e com incerteza, o governo pode agir reduzindo a burocracia para o país poder exportar mais. Muitas exportações não são feitas porque é difícil, há mil leis e normas disso e daquilo que poderiam ser modificadas”, conclui.

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram
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