Confiança tijolo a tijolo

Construção civil tem sinais de otimismo quanto a reação do mercado

Mesmo com taxa ainda abaixo dos 50 pontos, pesquisa do Sinduscon com empresários em Minas indica crença na melhora do mercado. Foi o melhor resultado para maio desde 2014

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postado em 03/06/2017 22:01 / atualizado em 03/06/2017 22:06 Jessica Almeida /Estado de Minas
Juarez Rodrigues/EM/D.A Press

O setor da construção em Minas vem registrando sinais de otimismo quanto a uma reação do mercado. “Estamos assistindo a uma melhora na confiança do empresário”, revela o economista e coordenador do Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), Daniel Furletti. O Índice de Confiança do Empresário da Indústria da Construção de Minas Gerais (Iceicon-MG) de maio avançou 2,1 pontos em relação a abril, registrando 49,2 pontos. Apesar de permanecer abaixo dos 50 pontos (quanto mais distante de 50, mais pessimista), foi o melhor resultado para o mês de maio dos últimos quatro anos. Nos cinco primeiros meses de 2017, o indicador acumulou aumento de 5,7 pontos.

A elevação do Iceicon-MG foi justificada especialmente pela melhora do indicador de condições de negócio, que apresentou incremento de 4,6 pontos na passagem de abril (38,8 pontos) para maio (43,4 pontos). Aumento significativo, de 25,3 pontos, foi observado na comparação com o mesmo período do ano passado (18,1 pontos). Entretanto, o índice continua sinalizando o descontentamento dos empresários do setor com a perspectiva de negociações, mantida abaixo da linha divisória dos 50 pontos. “A grande pergunta é: o panorama vai se manter, vai se consolidar?.

A confiança está sendo recuperada, mas é preciso ver se está ou não descolada do cenário político”, explica Furletti. A confiança é um elo pra lá de relevante na cadeia do investimento. “Se você não tem confiança, você não toma nenhuma decisão, você posterga. Se você quer comprar uma TV mas está incerto se você vai ter a mesma renda ou o mesmo emprego, você adia e não compra.” De acordo com o especialista, o cenário político tinha se descolado da economia, mas nas últimas semanas o cenário tornou o ambiente de investimento obscuro e acabou incorporando certa desconfiança. Os dados foram levantados antes da recente turbulência nacional. “Nos próximos meses é que saberemos, por meio de novas pesquisas, como os últimos acontecimentos impactaram a confiança do empresariado”, comenta.

O indicador de expectativas, outro componente do Iceicon-MG, ficou relativamente estável em relação ao mês anterior (51,3 pontos), registrando 52,1 pontos em maio. Desde o primeiro mês do ano, o índice situa-se acima dos 50 pontos, indicando que os empreendedores do setor da construção em Minas estão confiantes. Na comparação com maio de 2016, o indicador cresceu 14,6 pontos.

E qual o impacto do índice no mercado imobiliário? A relação é indireta, mas funcional. Se há pouca confiança, há pouco investimento, o que interfere no número de lançamentos. “Percebemos poucos lançamentos. Então, os estoques são baixos. Isso significa que qualquer demanda pode interferir nos valores, porque não há estoque para ser queimado.” E o mais importante: se o empresário sente firmeza e faz lançamentos, o mercado volta a ser dinâmico.

GASTO

Outro dado de impacto no mercado da construção é o valor dos materiais. O Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB/m²) registrou, em abril, alta de 0,03% na comparação com o mês anterior. Foi a menor variação desde outubro do ano passado, quando aumentou 0,02%. A elevação mais modesta do custo de material (+0,07%) e a estabilidade dos demais componentes (mão de obra, despesa administrativa e aluguel de equipamento) explicam o resultado mensal.

O valor do metro quadrado de construção em Belo Horizonte para o projeto-padrão R8-N (residência multifamiliar, padrão normal, com garagem, pilotis, oito pavimentos e três quartos), que em março era R$ 1.321,03, passou para R$ 1.321,37 em abril. No quarto mês do ano, sete materiais, entre os 26 pesquisados, apresentaram aumentos em seus preços: disjuntor tripolar 70A ( 2,07%), chapa de compensado plastificado ( 1,09%), concreto FCK 25 MPa ( 0,71%), tinta látex PVA ( 0,52%), tubo de ferro galvanizado ( 0,38%), tubo de PVC rígido ( 0,26%) e telha fibrocimento ondulada 6mm ( 0,07%).

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram
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